9 de abril de 2010

Síndrome de Peter-pan.

É incrível ver como o tempo passa! E sei que isso deve soar a coisa mais clichê do mundo, mas é verdade! Sabem, o tempo passa mais rápido do que podemos notá-lo passando, e quando finalmente percebemos isso, é por que já passou tempo demais...
Sei que parece uma coisa estúpida e até tosca, mas nunca aconteceu com nenhum de vocês de, subitamente, serem acometidos por um medo aterrador de...crescer?
Se não, devem agradecer!
Mas não se trata do medo de envelhecer em si, mas do medo das responsabilidades, do medo do que o futuro,que ainda nem chegou te aguarda, do medo do que o "tornar-se mais velho" trás consigo.
E, sobretudo, há aquele medo...aquele de deixar para trás anos dourados, anos que tu sabes que nunca vão voltar. Primaveras que agora só vais poder reviver em lembrança e ver quando primaveras futuras e que não pertencem mais a ti chegarem. O medo de se tornar adulto. O medo de não ser mais criança, de não poder mais ir para baixo da mesa quando sentir medo, de não poder segurar nas mãos dos pais por ser "grande demais"!
Sabem, quando somos crianças e olhamos ao redor, tudo é tão grande! O céu é tão lá em cima e as árvores são gigantescas, é tudo tão magnífico! E então, a medida que vamos crescendo, percebemos gradualmente que, na verdade, não era tudo que era assim tão grande, nós é que éramos pequenos! E isso é quase desolador!
E então, passado mais algum tempo, percebemos por fim, que continuamos igualmente pequenos, que mesmo o céu parecendo mais próximo, ele ainda é intocado ,e as árvores ainda são grandes demais e, ainda, tem o potencial de tapar nossa visão se não ficarmos nas pontas dos pés.
O que aumentou? Nossas responsabilidades! Essas sim, nunca param de crescer, diferente de nós.
Mas o que fazer quando simplesmente não queremos ter de encarar essas responsabilidades? Não queremos ter de crescer???
Esse é o dilema que enfrenta o destemido 'Peter-pan'! O menininho que não queria crescer, o menininho que achava que podia enganar o tempo e, naturalmente, usar pozinho de pirlimpimpim pra fazer com que o tempo parasse. O menininho que achou que se escondendo na 'terra do nunca' o crescer nunca o acharia. O menininho que tentou enganar a si mesmo.
Mas enganar a nós mesmos é difícil, por mais "Peter-pan" que possamos ser. E tal qual Peter-pan, um dia encontraremos a Wendy, um dia encontraremos o mundo real, e mesmo com a insistência da Sininho para que voltemos constantemente à 'terra do nunca', um dia enfim, perceberemos que o relógio que ecoa na barriga do crocodilo, faz com que o tempo passe também para nós. E notaremos que o tempo realmente passa, e que devemos encarar nossas "Wendys" e "capitães-gancho" com a igual coragem de Peter-pan. Por que até mesmo o menino que dizia que nunca cresceria, cresceu, e cresceu diante da difícil tarefa de ter que deixar a Sininho e a terra onde tudo era bom, onde tudo era válido e permitido, onde tudo era inocente.
Portanto, nós também devemos ser este Peter-pan que teve a coragem de crescer, afinal "tornar-se grande" é inevitável, já não possuía o pozinho de pirlimpimpim. Ser o Peter-pan que ficou atento ao tic-tac de sua vida e que apesar de todo o medo aterrorizante do que o aguardava futuramente, atravessou as barreiras da terra do nunca com um "até logo", tendo em vista que poderia voltar toda vez que achasse que o céu era alto demais e toda vez que achasse que as árvores eram monstruosas. Mas sobretudo aquele Peter-pan que percebeu que saindo da terra do nunca estaria alguns centímetros mais próximo do céu.

p.s.: O motivo disso? bom, acho que estava meio que em uma crise de "Peter-pan" até que uma pessoa me mostrou sem perceber que "deixar a terra do nunca" pode não ser assim tão ruim. Obrigada, irmã! :)
beijos, Grafin.

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