31 de julho de 2011

Fable of Fire - part 1


“ (...) – Eu sei o que tu serias sem mim, portanto não te perguntes. Serias a mulher mais forte e destemida; valente e desejada. Serias a mulher que és. E eu seria só um moleque, que até tentaria... mas não conseguiria achar aquela que me faria tão completo como só tu fazes. – Disse-lhe ele em um sorriso e a tomou nos braços, domando-lhe os lábios dela com os seus.
– Não, te confesso que eu não! Não me seria possível ser assim tão ‘eu’ se não tivesse ‘tu’. És tu o que me motivas a ser o que sou! – Ela sorriu boba e aconchegou-se nos braços do marido.
Observou-o lhe tocar a barriga de já 5 meses e sorriu para ele – Não acredito que aí dentro existe um serzinho que eu ajudei a fazer! – ele murmurou, e ela balançou a cabeça feliz para, refletindo sobre aquilo.
– Sim, claro que há! E será a coisa mais linda do mundo! – dizia a mulher em sobressalto.
No entanto, quando o focou deparou-se com aquela expressão que lhe afligia estampando o rosto dele. O sorriso de ambos já não estava ali.
Ela tentou tocar-lhe, mas ele esquivara-se e sentara-se na cama. Ela sentou-se em seguida, a tempo de ver uma lágrima que rolava pela face de barba mal feita do marido, antes que ele levantasse e seguisse até o banheiro.
A mulher passou a mão na testa e apertou os lábios em agonia, enquanto no outro aposento um homem vestia-se às pressas. O olhava triste da cama ao passo que ele retornava. A moça fazia que não com a cabeça, a implorar-lhe que não; a suplicar-lhe que não. Mas ele apenas ajoelhou-se ao lado dela e lhe beijou a barriga, tentando ignorar o letreiro de pensamentos que, como presságio, o avisava que ficaria distante. Ela sentiu o beijo e lhe afagou os cabelos.
O marido pigarreou e, tristemente, começou a lhe recitar um trecho de uma história:
“...Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. E então será maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”
Ela suspirou e fechou os olhos com força. Prometeu a si mesma que não choraria, entretanto a promessa já havia sido quebrada dentro de seu peito; não chorava pelos olhos, mas o coração lastimava, sangrava, gritava e penava. Colocou uma das mãos sobre a boca, tentando piamente impedir que dali, entre soluços, esvoaçasse palavras em súplica para que ele não se fosse. Encarou-o com os olhos marejados e desiludidos e balançou a cabeça positivamente, atestando que entendia.
Ele lhe tocou a face, desenhando os traços finos com o indicador – Eu amarei o barulho do vento nos teus cabelos – confessou em um sussurro sofrido. – E eu esperarei vento soprar... – Ela conseguiu dizer entrecortado, tentando não sentir a ferida que se abria no peito. Encostou a sua testa na dele e fechou os olhos, e nesse instante ele a beijou. Ela reabriu os olhos e tentou abraçá-lo, segurá-lo. Mas tudo o que viu foi uma imagem bruxuleante que se desfazia em poeira e lhe dizia um adeus inaudível em meio as lagrimas. Ele Sumira.
O homem, o seu homem, não estava mais lá, havia ido embora outra vez. Ela viu-se sozinha no quarto e constatou que não existiam mais motivos para se fazer tão forte, se todas as suas forças se desfizeram em uma imagem delgada que evaporou. Ela ergueu as pernas e abraçou os joelhos desolada, destruída. Depois olhou ao redor tentando a enxergá-lo outra vez: no reflexo do espelho, na sacada do quarto, no espaço vago na cama. Nada. Já não podia conter as lágrimas, já não queria contê-las. Jogou-se de bruços sobre o lençol e abraçou o travesseiro em um desejo dúbio de reavê-lo. Mas não era ele. E ela chorou. Chorou e chorou. Chorou sentindo o cheiro dele na roupa de cama, os lábios dele em seus lábios, os braços dele em contanto com seu corpo. Chorou até não poder mais, até perder os sentidos.
Então sonhou... Sonhou que ele ainda estava ali... (...) “

(Um trecho meu de uma história de fogo)

26 de julho de 2011

E em minha mente ele cantava


Eu sonhava. Remexia-me na cama assustada. Garras, máscaras, sorrisos aterradores e mordazes, sangue. Todos aqueles fantoches de cenário moviam os braços antes inertes em minha direção, me convidando ao banque da morte onde o prato principal a ser servido era meu próprio reflexo do espelho. Eu corria, mas tropeçava na cortina do picareto. Levantava-me e tornava a correr, já não tinha saída. De repente, lá estava ele, surgido da fumaça inebriante, materializando-se bem em frente aos olhos sem que eu pudesse acreditar. Ele acenou com a mão e os bonecos com feições de falsa alegria tornaram ao chão. E, como vindo, ele sumiu. Pulverizou, desfez-se. Acordei sobressaltada. Fora só um sonho.
Na outra noite, voltei ao palacete abandonado, andando em meio às cadeiras já vazias e quebradas. Olhei para o palco, e ele estava lá outra vez, mas dessa cantava. Cantava em meu devaneio, aparecendo dentro dos meus sonhos. Do alto ele me olhava, chamava meu nome num sopro sinistro que me arrepiava a nuca e não me possibilitava mexer. Ele aproximou-se e me segurou em um misto de hostilidade e ternura, tocou meu rosto com delicadeza. Temi ao dedilhar de sua mão gelada perpassando meus lábios. Perguntei por que ele vinha toda noite ao meu encontro, e ele riu – uma risada sonora e terrível, e respondeu que vivia dentro de minha mente. Tentei enxergá-lo. Ele se ocultava nas sombras. Empurrou-me ao chão e mandou-me embora.
Já não me bastava lembrar-me do rosto que nunca vi, já não me bastava recordar-me da voz que congelou minha alma e despedaçou meu coração. Tive de retornar. O palco mal iluminado continuava intacto, e os assentos permaneciam destruídos. Olhei para todos os lados em busca dele. O escutei rindo, aquele mesmo riso de escárnio, mas não via de onde venha. Ele estava lá, bem atrás de mim. Tomou-me nos braços e virou meu rosto com força, segurando-me o queixo com uma das mãos enluvadas. Pela primeira vez eu o encarei, mas não o vi por trás da máscara que usava. Ele sorria, sorria cúmplice e me dizia que sabia que eu retornaria, pois agora ele me invadira a mente e residia ali, pois seu poder crescia por eu não parar de tentar desvendá-lo. Pediu que cantássemos, ressonássemos em um dueto estranho. Eu cantei, ele cantou. Senti como se minha essência fosse sugada, senti seu espírito em minha voz. Ele por fim confessou que estávamos unidos, combinados em um só e que eu não mais poderia olhar para trás. Acordei extasiada, exasperada, confusa. Olhei para o um anel translúcido e quase invisível que me desposara o dedo. Fora apenas um sonho? Não...
Já não podia viver sem encontrá-lo toda noite no teatro abandonado, no seu recinto sórdido e assustador. No nosso mundo, como ele me dizia quando chegava e me hipnotizava os sentidos com as notas que entoava.
Uma noite, não mais consegui a contentar-me, precisava saber quem era aquele que reunia em si minhas maiores fantasias, meus maiores desejos e anseios. Precisava saber quem era o homem feito de mistério e desdém que me domara o coração e roubara-me a existência. Tornei ao labirinto de sombras onde a noite se fazia e me fazia cega. Pedi que ele cantasse, e não mais tentei enxergá-lo com os olhos ou ouvi-lo com os ouvidos. Novamente embarcamos em nosso dueto severo, deixei então que meu coração guiasse e o encontrei. Corri as mãos por seu rosto, sentindo cada traço que a máscara ainda me deixava tocar; já não podia, prendi os dedos naquilo que me impedia de vê-lo e a puxei. E com isso, me veio o terror.
Ele empurrou-me contra a parede e me chamou de ingrata, perguntou se eu estava satisfeita por finalmente ter visto o monstro que ele era cujo todos os que viam recuavam temerosos. Os tantos bonecos assustadores começaram a mover-se como da primeira vez, e foram até mim. Eu o encarei. Ele mandou que me levassem, e pediu a mim que não retornasse. E cantou... Cantou em tom grave demais, triste demais, sofrido demais.
Passei dias lembrando-me daquele rosto devastado, tomada pelo medo. Mas passados tantos outros dias, o rosto já não me importava, eu sentia falta da voz que me preenchia o vazio.
Chegada à noite, estava decidida, deitei-me na cama e fechei os olhos. Vaguei por muito no turbilhão de sombras, perdida no escuro sem encontrar o caminho para o nosso mundo. Então cantei. Cantei com a alma, desesperada por achá-lo, e para a minha surpresa, ele também cantou, cantou e me conduziu. Estávamos lá, ele me pegou pela mão e eu o sorri, aproximei-lhe meus lábios e colei-os aos dele. Disse-lhe que éramos um só, e que só sobreviveríamos em uníssono. Disse-lhe que eu era a máscara que ele usaria, e que não mais temeria.
Disse-lhe que seria naquela e em todas as outras noites sua esposa.... A esposa do fantasma da Ópera...

(Inspirado em “The phantom of the opera” – Nightwish)


#NOTA: Quer sugerir alguma música? Eu agradeço! Aqui: http://2pitadasdesal.blogspot.com/2010/10/bla.html

23 de julho de 2011

It's time to go


“Vamos querida, pegue suas coisas que é hora de partir. Vamos , que é tempo de ir em direção à felicidade. Vamos, que é momento de arriscar e perseguir nossos sonhos – e não os largar. Vamos, suba no carro essa noite em silencio, não se arrependa e deixe que os pneus cantem e nos levem pela estrada rumo ao horizonte.
Nós passaremos o dia no parque, contando as folhas amarelas que caem ao chão no outono. Enfrentaremos e sobreviveremos ao inverno mordaz abraçados; colheremos as flores da primavera e enfeitaremos as janelas da casa; e olharemos o sol se por deitados na beira da praia no verão.
Voltaremos àquela árvore aonde escrevemos nossos nomes anos atrás, e eu lembrarei como até hoje tu despertas avalanches no meu coração e movimentas tornados espásmicos em meu corpo. E recordarei das tardes em que corríamos pela ponte, e eu te deixava ir em frente para depois te puxar pelo braço e te abraçar e jurar nunca mais te soltar. E tu te lembrarás das noites em ias bater na minha janela no segundo andar e me dizias pra descer e ir ver contigo como as estrelas estavam lindas.... E eu não enxergava estrela nenhuma!
Direi que não lamento por nada, e que faria tudo de novo. Confessarei que trocaria cada célula do meu corpo por mais um segundo ao teu lado. Falarei que todas as coisas perdem o sentido se eu não consigo te ver nelas. Profetizarei o nosso futuro e até os nomes dos nossos quatro filhos, sorrindo, te revelarei. Exclamarei o quanto vejo teu rosto, sinto teu cheiro, ouço tua voz a cada passo que a distância nos separa. E bradarei, bradarei aos quatro ventos, gritarei para o mundo, esbravejarei ao universo e à todas as entidades o quanto te amo, te amei e amarei. E te amarei, e mais uma vez te amarei e tornarei a te amar. Hoje e sempre, e pra sempre e pra nunca terminar.
Eu sei que nunca poderia ter visto nada disso chegar se não acontecesse, se tu e eu não tivéssemos acontecido. Acontecido na troca de olhares na sala de casa, na troca de palavras no baile de formatura (e nas tuas renegadas palavras também!), na troca de beijos atrás da igreja, na troca de confissões, xingamentos, palavrões e de novo as confissões e novos beijos na varanda. Na troca de corpos no porão... e na troca de almas quando daquela vez tu disseste que sim e eu também. E nós acontecemos.
Vi chegar as coisas mais incríveis, nos momentos mais oportunos. E eu vi nascer o que geramos e criar o que inventamos. E nos reinventamos e recriamos. E eu não teria visto, não se não fosse por teus olhos que são também os meus; Por teus olhos verdes que me fascinam e me afligem, e me sufocam, e me mantém seguro. E tu estás comigo, e é por isso que me sinto assim tão vivo.
E eu te perguntei por que ainda estavas tão desperta. E eu indaguei se não estavas cansada, sublimada, devastada. E eu questionei se desistirias. E tu me sorriste com os lábios rosados que são minha água-furtada, e me disseste em um sussurro tenro, genuíno, sincero que não o farias jamais e que o fim não aconteceria nem quando teus olhos se fechassem e te levassem embora, que nos tornaríamos a encontrar.
Então vem querida, vem e não espere. Vem e não te demores. Entre no carro essa noite, entre devagarzinho e em silencio, e juntos vamos à busca de reviver o que vivemos, reescrever o que passamos e escrever tantas outras novas páginas. Vem que é tempo. Vem e vamos embora.
Vem porque o que temos é mágico, é único, é lindo. Vem agora e não te demoras.”

(Inspirado em “This is beautiful” – Tyrone Wells)

20 de julho de 2011

Ela disse


Tão doce e sórdida é a aparência do quarto que, pela janela aberta, deixa entrar o frio inverno apoiado sobre mais algum sonho desfeito. É igualmente solitária e triste a fotografia iluminada pelas luzes bruxuleantes do candelabro que faz gorgolejar e tremer a figura dela, jogada no chão e agarrada ao vestido das memórias desgastadas. E ela permaneceu no chão até se sentir aquecida outra vez. Até o teu inverno partir.
Hoje é primavera, e não está mais tão gelado a algumas estações. Ela pode embarcar tranqüila e balançar em um vôo aconchegante nas asas da esperança, sobrevoando as colinas do que se concretizará em breve; sorvendo das nuvens pintadas de laranja e roxo que lhe renovam as forças; e protegendo-se no crepúsculo que encobre os pesadelos de outrora. Ela está na aurora agora, e eu acho isso certo, porque o jeito como ela ri quando está nervosa é infinitamente melhor do que o modo como ela chorava quando estava decepcionada. E agora ela é sempre tão engraçada, e agora ela se sente sempre tão linda.
Ela não tem mais que correr, está feliz, está quase curada. Quase não se lembra.
E esse é o porquê de eu estar imaginando o motivo pelo qual tu estás tentando dizer à ela agora o que estava havendo em tua cabeça, o que estava errado, e porque o inverno veio tão frio. Mas ela não irá ouvir, não mais. Ela tentou até o fim, agarrou-se nas esperanças impressas em teus fios de cabelo, vestiu por muito o vestido das memórias tão doloridas. E tu a deixaste jogada no chão do quarto, com a janela aberta e a luz assustadora do candelabro. Não importa quantas vezes diga que querias que o tempo voltasse atrás, ela não irá ouvir, não acreditará nisso de novo.
E quando ela acabou e te deixou para baixo, que tu tenhas reconhecido o quão merecido foi. E quando ela fizer barulho na cozinha de madrugada, tu não escutarás da maneira como eu escuto.
E quando ela sorrir, eu espero que tu saibas que os lábios não se retorcem para ti. E quando ela chorar, eu espero que tu saibas que as lágrimas não rolam por ti. E quando ela diz, inocentemente e quase sem querer, que quer alguém a quem amar, eu espera francamente que tu saibas que ela não pensa mais em ti.
Eu espero que tu saibas que eu não penso mais em ti...

(Inspirado em “She says” – Howie Day)


#NOTA: Quer sugerir alguma música? Eu agradeço! Aqui: http://2pitadasdesal.blogspot.com/2010/10/bla.html

Feliz dia do Amigo!

Desejo a todos um feliz dia do amigo. E que vocês olhem para os lados e também digam isso uns aos outros. É importante! É importante saber o quanto se é importante!

Eu prometo!

Beijos. :D

16 de julho de 2011

Eu estarei lá


Então esqueceram miraculosamente de te falar que a vida funcionava desse jeito?! Onde todos acham que tu não passas de uma grande piada, o trabalho vai mal, os estudos não se encaixam e o amor... ah, o amor é um circo! Não te falaram, certo?!
Naturalmente esqueceram-se de te contar que haveria tantas contas pra pagar, tantas noites mal dormidas e tantas coisas pra entregar no dia seguinte – e as 24 horas do dia anterior não foram suficientes para concluir nem metade!
E tu te sentes como se tivesses emperrado, engatado, entranhado na primeira marcha, sem conseguir ir adiante nem ir mais rápido. E é como se permanecesse assim por semanas, meses e anos. E o telefone não para de tocar, e te atrasas pro compromisso das 8 quando acordas sobressaltado as 10, e queimas o almoço, e manchas as roupas! E a vida é assim!
Bem que tua mãe falou que os dias seriam desse jeito, que o mundo te faria prostrar de joelhos de modo que tudo pareceria tão inalcançável. E bem que tua avó avisou que viver era repleto de altos e baixos, e que para estarmos bem só nos bastava saber onde estão os altos e onde estão os baixos. Só que... tu simplesmente não sabes, nessa montanha-russa com tantos loopings quando estás no alto ou no baixo! Ou mesmo quando as coisas estão perto ou longe.
Porém, ninguém poderia te conhecer tão bem, ninguém veria desse jeito, ninguém te entenderia. Ninguém atenderia as ligações no meio da madrugada, quando é só pra dizeres que tal pessoa é mesmo um perfeito idiota e tramar os planos maléficos do dia seguinte que nunca seriam realizados. Ninguém correria na farmácia pra comprar sorvete quando a placa de 'fechado' já estava sendo posta. Ninguém toparia ver os romances pela enésima vez só porque é mais divertido rir e chorar contigo do que o filme em si. Ninguém se meteria em baixo do cobertor morrendo de medo dos fantasmas da série de terror. Ninguém faria isso como eu!
Mas acredite, sou e quero ser sempre alguém. E não ninguém. Sou e quero ser sempre a quem tu podes contar tudo, e com quem podes contar em tudo. Sou e quero ser sempre a pessoa com quem podes atravessar os dias mais árduos e sobreviver às noites mais assustadoras. Sou e quero ser sempre o que te faz sentir o melhor até mesmo no teu pior.
Porque... Eu estarei sempre lá por ti! Mesmo quando a chuva começar a cair, ou quando o sol brilhar lá em cima. Mesmo quando fizer frio, ou juntos estivermos morrendo de calor. Até nos momentos tristes e, inevitavelmente, nos momentos mais felizes. Estarei no dia do teu casamento, igual como estive no teu aniversário de 7 anos, de 18 anos, na festa de formatura da faculdade. Estarei lá quando tiveres teus filhos, e segurarei no teu ombro dizendo que está tudo bem, que te ajudarei no que precisares. Estarei na varanda de casa, quando na velhice, tomaremos chá e comeremos biscoito, curtindo mais uma partida de poker. Estarei em todos os momentos. Acredite, eu estarei, e assim a vida talvez seja menos complicada. Ou pareça menos complicada apenas por estarmos juntos!
Eu estarei lá, sempre por ti.... porque sei que também estarás por mim!


(inspirado em: “I’ll be there for you”-friends team e na série “Friends)

#NOTA: Uma homenagem à uma das minhas séries favoritas. E a todos os meus amigos pelos quais eu sempre estarei.

E o sonho terminou



E agora, definitivamente o sonho terminou. Foram anos de filmes e livros que me embalaram nesse mundo fantástico, e me fizeram sonhar, fantasiar, imaginar, jogar e escrever a respeito tantas vezes! Sou realmente LOUCA pela trama de Harry Potter, e não poderia perder a última estréia! Confesso que sofri MUITO em ver o último filme, e acreditem, chorei horrores no cinema. Tanto pelas cenas quanto pela idéia de estar acabando.
Também eu digo adeus, triste devo falar, para essa tão fantástica história, que me acompanhou desde lá meus oito anos de idade! Nossa, como faz tempo!
É, é triste ver o fim de algo que cresci jundo, cresci vendo, ouvindo e lendo!
E fico aqui lembrando que meu pai não me deixou ver o primeiro filme no cinema porque era " contra os valores" lá dele. E que quando o segundo saiu em VHS assisti escondido na casa de uma amiga, assisti o primeiro e o segundo. E desde o terceiro vou lá, pirar nas estréias. Então não poderia ser diferente!
Sofri, sofri mesmo! Mas foi MARAVILHOSO! O filme foi perfeito, amei, amei, amei muito. Gritei e vibrei como a "PotterLover" que sou a tantos anos, e não me envergonho disso! Foi épico! Foi lindo! Foi perfeito!

“É preciso muita audácia para enfrentarmos os nossos inimigos, mas igual audácia para defendermos os nossos amigos.” – Harry Potter
(Uma das frases que mais me marcou.)


(Always and forever)

14 de julho de 2011

I'm looking at you


Eu te observava pelo lado oposto da janela, perdida nos meus devaneios enquanto tu te perdias em algum lugar lá fora. Não me pergunte, não sei quanto tempo se passou desde que estive a olhar por ti; e mesmo que eu não tenha notado o ponto exato no qual os segundos transmutaram em horas, e as horas nomearam-se “pra sempre”, sei bem que ninguém nunca te disse que o “pra sempre” se parecia tanto com a nossa antiga casinha de verão.
Queria perguntar como te sentes, sei que é essa a chave. Mas não espero que me respondas tão fácil. Não enquanto temes tanto virar uma marionete dos teus medos de “lá fora”; ao ponto que olhas para dentro e vês pela janela as sombras enganosas que as luzes mostram na parede, contando o contrário do que realmente é.
Então é tua vez. Tu te perguntas até quando tudo é real, até que ponto foi real. Apavora-te com os ruídos que agora parecem estrondos, passos a alguns metros de ti. Sofres com o vento frio que te machuca a face e te causa calafrios. E enfim olhas para a noite, e percebes que aquelas estrelas que certa vez brilharam pra ti, são as mesmas que a ti mentiram. Desmoronas, fincas os joelhos com força no chão e abaixas a cabeça, domado pelo pavor.
Mas, em um lapso, o cenário muda. Estás outra vez nos vales, e às margens do rio está nossa casinha de verão. A janela está aberta, como braços para te reconfortar em um abraço. Tu não tens mais o que temer com dias tão claros e ares tão frescos. Não enquanto a janela estiver aberta. E tu acordas, acordas do pesadelo vivo e te ergues do chão deixando as sombras para trás.
Enxergas logo ali aquela mesma casinha – a nossa casinha, intacta por tantos e tão longos “pra sempre”. Não te deixes enganar novamente pelas penumbras, projeções falaciosas da verdade. Não te deixes deslumbrar pela aparência, só está diferente de como te recordavas. Tome fôlego e vá em frente. Siga para a janela e cole o rosto no vidro. Encare sem temer. Abra os olhos e veja... Veja que enquanto estiveste lá fora tão distante e tão perdido, era eu que olhava por ti pelo lado oposto.

(inspirado em "Through the glass" - Stone sour)

#NOTA: Sem sentido? Talvez. Muito provavelmente. Mas quem disse que precisava ter sentido?

11 de julho de 2011

Vá e não desista


Eu te falei que acabarias caindo nesse mar de ondas ilusórias, que te afogarias nas águas negras dos sonhos desfeitos. Deverias ter parado; deverias ter dado meia-volta e não continuar em direção aquele turbilhão de pensamentos desperdiçados, não deverias ter perdido tanto tempo e ocupado a mente com coisas que ficaram para trás a muito. Mas eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam capazes de emergir frias do fundo das águas, sejam capazes de te segurar nas expectativas que achavas que estavam mortas.
Não deixe que tua vida termine em mais uma daquelas doses de decepção e egoísmo no fundo do copo; não te percas completamente em meio às névoas da fúria. Lembra-te que a tua alma é boa o suficiente para virar e relinchar e te conduzir para a outra direção. E eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam capazes de suportar todo sofrimento, curar todas as feridas, tratar de toda dor.
Fale agora. Fale para mim. Grite para o mundo. Diga que ainda tem solução, e que podes retornar. Acerte de volta o que erraste; conserte as tuas emoções, junte do chão os teus sonhos e cole parte a parte do teu coração – quem sabe assim ele volte a bater...
E então, agora restaurado, siga em frente e não desista. Siga em frente, do jeito que eu sempre soube como tu fazes, como só tu fazes. Mostre ao mundo como perdoar, e como ser perdoado... Ensine como se deve sonhar e o quanto se deve acreditar. E, por fim, afirme que sempre se pode pegar o retorno e voltar ao princípio, mesmo quando as águas parecem afogá-lo e a escuridão assolá-lo, é necessário apenas ter coragem, basta dizer a si mesmo que se tem coragem.
Vá logo em frente, vá que eu apoio. Vá contra tudo e todos que disseram que não conseguirias. Vá com toda a tua garra e força, te deixando guiar por tua índole. E não desista. Porque eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam e sempre serão capazes de tatear novos caminhos em meio ao caos. E mesmo quando todas as esperanças parecerem ter ido embora, continue em frente sem medo, continue em frente e passe por isso de cabeça erguida.
Vá em frente, vá e não desista... Vá que eu acredito.

(Inspirado em “Move along” – The All-American Rejects)

5 de julho de 2011

Até a elevação





Ah! Mais alto, tão alto quanto o sol. Tu me pegaste agora, me pegaste de tal modo que não sei para onde estou indo, mas tenho certeza que é algum lugar perdido perto da esquina da tua boca! Quero que teus quadris me encontrem e que, em um eclipse, tu me atires de tua arma, me mires para o alto, que me jogues para as estrelas e me pegue nos braços. E me segure, e me aperte, e me prenda, e me perca em teus braços! E me perca em teus olhos, e te percas em meus lábios, e te encontres em meus abraços, e te apertes em meus braços! E de volta me encontres!
Ah, tu me pegaste agora! De maneira a me fazer perder o controle, a noção, a razão! Fizeste-me perder o juízo e não saber o que estou fazendo ou o que quero fazer. Fizeste-me perder o sono e me deixaste apenas a lembrar das noites em que, como um furacão, tu me sacodes embalado em todos aqueles hits dos anos oitenta, em garrafas de bebida escocesa, em roupas espalhadas pelo chão.  Em trens descarrilados e velhos carrosséis, em restos de algodão doce e dois dedos de whisky no balcão do bar.  Nos meus devaneios, nos meus sonhos mais insanos, na loucura em que sempre sucumbimos.
Ah, enquanto a terra tremia, tu me fizeste sentir como se pudéssemos voar tão alto, mais alto que o sol ou que as estrelas, acendendo os astros com a ponta do cigarro lá em cima! Peço-te que não me soltes; que me segures e jamais me deixes no chão outra vez, que continuemos a flutuar nas notas musicais com a ponta dos pés; encantados pelos acordes da guitarra.
Ah, então me fales mais uma das tuas verdades e me tires daqui! Me leve para o parque de diversões e vá comigo na montanha-russa, segure minha mão, e me diga “não tenha medo, boba, é só um brinquedo velho”. Encoste-me na parede e me faças perder o controle outra vez, à medida que meus lábios orbitam em teus lábios, minhas mãos misturam-se as tuas e dançamos debaixo da chuva quando voltamos para casa. E lá vemos as roupas jogadas no chão, e ouvimos os hits dos anos oitenta, e bebemos das garrafas escocesas, e enfim me confessas que o que importa é a elevação, é a nossa elevação! E como outrora subiremos alto, tão alto quanto o sol. Ah, tu me pegaste agora...!

(Inspirado em: Elevation – U2; You shook me all night long – ACDC; You really got me now – Van Halen)