18 de novembro de 2011

O que não me mata me consome.


Se arrependimento matasse... Ah, eu garanto que já estaria à sete palmos sob a terra!
E não me atrevo a mentir e dizer que “não me arrependo de nada” como muita gente por aí;  porque, uma hora ou outro, a consciência vem firme e diz clara: Não deverias ter feito.
Se pudéssemos refazer nossos passos, eu desejaria uma borracha para apagar os erros e um lápis para reescrever as frases tortas... e tornar a apagá-las caso errasse de novo.
Se tivesse uma bola-de-cristal, veria o quanto tudo que perdi era tão importante... antes de ter dado o braço à perda.
Infelizmente a verdade é dura, fria, crua, nua: o mundo é cruel demais pra permitir segundas chances. Até mais do que as pessoas, eu penso.
Como eu queria ter dito "sim" quando optei por tantos "nãos". Poderia ter pegado o caminho da esquerda quando vi que o da direita soava errado. Deveria ter dado maior valia ao que sabia, internamente, ser um tesouro. Meu tesouro.
Gostaria de ter segurado a mão de alguém (na verdade, alguéns!) quando simplesmente deixei que esta corresse por meus dedos, é... devia ter segurado com força, agarrado, entranhado e pedido para ficar enquanto tive a oportunidade. Não... preferi meu orgulho idiota, meu sarcasmo inútil - chame como quiser-, travei a língua na boca e não implorei para que permanecesse.
Se me arrependo? Hum... toda noite antes de dormir parece arrependimento? Multiplique por 3. É como eu me sinto as vezes.
É bem verdade que, com todas essas idas e vindas, aprendi a crescer, a ser gente. Talvez não tivesse aprendido se fosse diferente. Talvez tivesse mesmo de ser desse jeito. Talvez eu não queira pagar pra ver como seria se "... e se..?"
Muito do que fiz foi intencional, admito. Outra parte não foi; acredite, realmente não foi... Feri, magoei, traí; como todo ser - humano faz, fez ou irá fazer em algum aspecto, alguma nuance. E se não for muita hipocrisia, peço desculpas, mesmo sabendo que, na real, não mudaria muita coisa.
Mesmo querendo, o tempo não volta; já as mágoas...
Porém - que esteja claro isso - é válido só e exclusivamente para quem merece. Pode ser horrível, mas muitas pessoas só aprendem quando recebem o que deram. Escolhem aprender pela dor quando poderiam ter aprendido pelo amor. E ninguém está imune a isso. Nem eu, nem tu.
Aliás, no fim das contas, é como dizem: experiências não são boas ou ruins, são experiências. E crer nisso me faz sentir menos culpada. Covardia ou medo, eu não sei e não me importa mais. Foram experiências, passei e passo por elas, e isso me basta.
Não, não busco me justificar. Justificar o que fiz, o que não fiz, o que poderia e deveria ter feito ou não. Não é isso. Acho mais que busco por uma saída que me leve a algo melhor e me faça ser diferente. É, agora é isso que procuro.
Não somos santos. Não somos mais crianças. Abramos os olhos e vejamos logo de uma vez: O mundo não perdoa. Quanto às pessoas... Melhor não carregar o fardo de sentir que não há perdão.




E na volta, é, eu quis voltar assim. Precisamos de um choque de realidade de vem em quando.

16 de novembro de 2011

Up.

Depois de séculos fora, resolvi voltar.
Hum...digamos que precisei desse tempo.
Uni faculdade, estágio, problemas pessoais e uma outra questão: escrever aqui, para mim, estava se tornando quase como uma obrigação, e estava deixando de ser prazeroso. E esse não era meu objetivo.
É bem verdade que eu amo escrever, mas estava perdendo essa paixão devido à esta maldita obrigação que impus a mim mesma e que tantas vezes jurei que não aconteceria.
Então parei de escrever aqui e sumi por isso.
O tempo fora foi bom, produtivo devo dizer.
Mas, como já aconteceu antes, não foi definitivo! Percebi que isso me fazia falta demais, que precisava desabafar de algum modo. E então resolvi voltar!
Preciso disso, é fato.
Não que alguém se importa, mas aqui estou! Me faz bem, então é isso. Veremos no que dá!
Ah, só pra constar, senti falta de os ler, e me perdoem, voltarei a fazer ao menos isso com maior frequência, acho importante. Só!

Olá de novo a todos!

G.

20 de setembro de 2011

Parênteses: RHCP!

Tinha de dizer isso:






" Standing in line
To see the show tonight
And there's a light on
Heavy glow
By the way I tried to say
I'd be there... waiting for"
 
 
Então! Dentro de alguns minutos estarei saindo de casa a caminho do aeroporto! Destino: Rio de Janeiro. Objetivo: Assistir ao show do Red Hot no Rock in Rio.
E querem saber do que mais?! Estou simplesmente surtando, pirando, enlouquecendo do lado de cá! Afinal, é só Red Hot Chili Peppers (uma de minhas bandas preferidas) em um dos mais famigerados eventos de música do estilo! E não é para ficar maluca?!

Minhas unhas já não existem tamanha a ansiedade, e a mala está pronta desde ontem ( e sim, lotes de coisas para passar 5 dias! Mas nunca se sabe, right?! ). 
 
Estou contando os segundos para que chegue sábado, dia 24. E lá estarei eu, na cidade do Rock, cantando by the way a plenos pulmões! Ahh, que eu fico rouca!
E no mais, será ótimo conhecer o Rio, então tenho que aproveitar a oportunidade!
 
Queria compartilhar com vocês, hahá, tinha que falar! Desejo a todos que também participarão do evento bons shows, e aproveitem!
Pois eu? Ahh, eu irei aproveitar! E como!
Que fique registrado: o dia 24/09/11 será incrível! Com toda certeza!
E de fato, estarei lá, esperando na fila pelas luzes do palco e os acordes da primeira música, assistindo o que será um dos melhores shows da minha vida, a propósito!
 
 
Eu vou! Não podia perder!

Beijos, até a volta!
G.



13 de setembro de 2011

Perfeita

" E quando o mundo te der uma rasteira e te jogar no chão? Te levanta, limpa a lama do rosto e vai, dizendo convicta que estás pronta para o próximo round! "



Tomei decisões dúbias e peguei a estrada errada uma vez ou outra.  Menti mais vezes do que era necessário, me escondi quando deveria ter levantado a mão e feito minha voz soar alto, me acatei em hora de estufar o peito e lutar. Deixei-me bater pela vida, espancar pelo tempo, machucar pelo mundo sempre impiedoso. Tentei por tanto, cavei até sair fogo e sangue procurando me adequar àquelas formas expostas nas inúmeras vitrines; Aqueles manequins sem vida dos quais eu nunca me assemelharia.
Sempre fui a errada, a desengonçada, a diferente-indifente. A garotinha que preferia seus desenhos sem sentido e formas abstratas à Ballet. Sempre fui a deslocada e incompreendida – sem que ninguém fizesse o menor esforço para compreender, só deixavam para lá.
E as pessoas? Elas só foram más, julgaram, falaram, e falaram sobre si mesmas. E falaram sobre como eu estava tão errada.  E eu tentava timidamente fazer por meios injustificáveis que gostassem de mim, pelo menos uma vez. Só tentei empatar o jogo tão complicado no qual eu sempre me deixava vencer assustadoramente.
Foi então que eu percebi. Percebi que a assustada não era eu, percebi que o mundo era quem estava em pânico, que estava em pane! Engoli meu medo, desentalando o que estava preso na garganta com uma dose de coragem.
Chega! Cansei de tentar me transformar para que me amassem, depois de tantas tentativas não desperdiçarei mais meu tempo! Não perderei mais minha essência, eles não são dignos disso.  Eu fui atrás de meus demônios para fazer-lhes de anjos a fim de agradar a tudo e todos; fiz o que pude. E acabei por não fazer o que deveria por quem de fato merecia: eu.
Cansei de ligar para as críticas, elas estão em todo lugar e são sempre tão negativas! E eles dizem que meu cabelo é feio, que meu estilo é duvidoso, que estou fora do padrão. E deveriam só ver que minha mente é que conta, que minha alma é o que vale. Cansei de ser tão rigorosa comigo mesma, de me auto-criticar por não ser igual, de me martirizar ante a tantos olhares tortos.
Decidi que não sou certa ou errada, decidi que sou eu e isso basta; Decidi que não mais me subestimarão por estar escrita em linhas irregulares, por ser um ingrediente fora da receita. Decidi que eu posso, e se posso, eu vou! E sim, eu realmente vou.  E o mundo? Dane-se o mundo! Sou o que sou, com meus possíveis erros e infinitos acertos.
Prometi que nunca mais me sentiria como se não fosse nada, e que se um dia tornasse a me sentir desse jeito, lembraria que eu sou perfeita pra caramba! Que eu sou assim: simplesmente perfeita para mim!

(Inspirado em: Fuckin’ Perfect – Pink)


#NOTA:  Estou um tanto quanto ausente, é verdade. E em uma falta enorme com vocês que amo tanto ler. Mas juro voltar assim que me for possível!  Beijos a todos. G.

23 de agosto de 2011

Tu te lembras?



Tu te lembras?
Uma vez tu me disseste que as estrelas foram feitas para contar histórias pelas eras– as nossas histórias, que seriam testemunhas das tantas juras que fizeram, que fizemos, que se misturaram e entranharam; me disseste que as estrelas não eram meramente guia aos navegantes.
Uma vez comentaste que meus cabelos foram feitos para bailar ao vento, para acompanhar-me os passos que os pés davam ritmados juntos aos teus, para girar ao embalo do saiote do vestido; e não para me vedar a visão quando em minha frente crescia o que não queria ver.
Uma vez discorreste que nem o inverno mais rigoroso seria capaz de abrandar os botões de flores nascentes em nossa primavera, nem o frio mais intenso faria congelarem-se as pétalas e folhas, nem a brisa mais gélida levaria de nós o aroma; pois neve alguma sobrepujaria nosso jardim.
Uma vez falaste que as palavras mais doces eram feitas para falar apenas ao silêncio, pois assim resguardadas não precisavam ser ditas. Que não necessitávamos palavras quando tínhamos olhos que liam até a alma.
Uma vez ponderaste que um coração jovem é feito ao amor, e não às mágoas. Que um coração firme tudo supera, que um coração robusto bate forte e não deixa ecoar os sons aterrorizantes que não se quer ouvir. Um coração jovem se entrega, deleita, suspira; e não se martiriza.
Tu te lembras?
Não... Não mais te lembras. Pois uma vez, a carruagem d’aurora chegou, e quando se foi, foste com ela. Levaram-te de mim. Lavaram-me de ti, sem deixar nenhuma marca, sem que restasse algo sequer, resquício algum.
Levaram a ti e deixaram a mim. E deixaram as estrelas que já não podiam confidenciar, e foscas, eram apenas mapa aos navios. E deixaram um par de pés sem outro com o qual bailar, e os cabelos agora se resumiam a vedar o que nada mais havia para ver. E deixaram os botões de flores que, de frio, murcharam tristes. E deixaram as palavras que, sem o silêncio cálido, me gritavam aos ouvidos. E enfim deixaram um coração que, sem amor, tornou-se velho e, não jovem, consumou-se às mágoas.
Eu sei... Eu sei que o primeiro dia de amor nunca retorna; que o tempo não se dobra mesmo que nos curvemos a ele. Entretanto, ainda podemos dobrar o tempo, ainda podemos retorna ao passado da aurora e deitar na relva sob as estrelas. Podemos dançar e colher as flores. Podemos dizer mil coisas sem nada falar. Podemos lembrar.
Tu ainda te lembras?
Então venha querido. Venha porque o inverno chegou rigoroso dessa vez. Venha porque as flores congelaram como meu coração envelhecido. Venha, pois estou soterrada de neve e nem o fogo brando agora me aquece tal qual teus abraços.
Por favor, te recordes e venha.
Chegue de noite, antes da aurora e não seja escuridão. Mergulhe teus olhos nos meus já cegos, e segure minha mão que por tanto esperou a tua. Tire-me, desenterre-me do manto branco e me carregue nos braços. Deixe-me descansar em teu ombro e fiquemos em silêncio mais uma vez. E deixemos que o som dos violinos dos poetas descongele e rejuvenesça-nos os corações. Então por fim me beije. Beije-me enquanto houver tempo, enquanto meus lábios ainda estiverem vermelhos.
... Tu te lembras?

(Inspirado em " While your lips are still red" - Nightwish )

#NOTA: Mais uma vez, me perdoem todos vocês. Ando MESMO com problemas quanto ao blogger     ._.

17 de agosto de 2011

Selo!




Hey! Vejam só how wonderful! Recebi este selo da Débora Costa, autora do blog http://www.rienpersonnel.com/.  Agradeço a ti por este presente, guria! Fiquei verdadeiramente feliz em recebê-lo.
By the way, recomendo a todos que leiam o Blog da Débora! As coisas lá escritas são fantásticas!

Então, para passar a frente, aí vai:

                1°. Indicações 10 blogs que eu admiro muito e que não irão se arrepender em conferir!
  1.  Biacentrismo; Maria Beatriz
  2. Just Dreams; Just Dreams
  3. O mundo sob o meu olhar; Marcos de Sousa
  4. Changes; K. Samantha
  5. Nova Perspectiva; Gabriela Freitas
  6.Pensamentos traduzidos em palavras; Nathália Meireles
  7. Lady Utopia; Kelly
  8. Ouí; Bruna
  9.Sem Intenções; Alana Araújo
10. A corujinha; Anaxágoras



                2°. Sobre mim: Não se assustem, sou um saco e possívelmente odiável! Sou humana, é essa a verdade!
  Nome: Taís Stein  / 10 coisas sobre mim:
1. Amo escrever; mas ler também é minha grande paixão, por isso me importo tanto em ler o que as pessoas escrevem por aí!
2. Estou no segundo semestre do curso de Design depois de um senhor esforço para estar lá! E querem saber?! Amo de paixão o que eu faço!
3. Amigos? Bom, não sou mesmo do tipo popular, portanto não os tenho aos lotes! Mas os que tenho são inimaginavelmente importantes.
4. Posso ser bem anti-social as vezes. Ahn... só não gosto de sair demais. Curto a noite em casa, vendo um bom filme. Ah é! Adoro filmes, e desenhos, e RPG. E jogos de tabuleiro, e cartas e etc!
5. Amor? Já me decepcionei algumas vezes, e as vezes acho que não fui exatamente feita para isso. Mas eu amo, e quando amo o faço com toda minha essência. Acredito que os amores que ainda não vieram, chegarão. Um dia. É, apesar de tudo, eu acredito no amor.
6. Gosto de observar as pessoas. Geralmente elas dizem muito mais com atos do que com palavras. E geralmente, com atos, elas dizem a verdade.
7. Posso ser bem nojenta, antipática, chata, extremista e etc, etc, etc. Outros mil elogios que dizem por aí. E é, todos podem ser verdade. Mas só dependem da situação e das pessoas que causam a situação.
8. Dizem por aí que sou fria, que meu coração é uma pedra de gelo (?). Mas nunca pararam pra pensar que isso pode ser só por proteção, só porque não aguentaria de outra maneira. Porém, no fundo ( e nem tão fundo assim), eu tenho mesmo um coração, e ele bate, e sofre, e sente. E esquecem disso as vezes.
9. Já sofri pra caramba! E já fiz sofrer em dobro... Já me machuquei e já machuquei outros. Já sorri e causei sorrisos. E a maioria das coisas que a mim causaram, eu já causei um dia. E sabem? Não me arrependo de nada. Acredito que arrependimento é uma desculpa fajuta. E o que fiz de errado? Bom, todos erram e devem disso tirar uma lição.
10. Sou orgulhosa, e isso me atrapalha as vezes! Quando sei que estou certa, defendo minha razão até o fim, e isso machuca as vezes. Quando percebo que estou errada, sei pedir desculpas. E ainda... quando vejo que os outros erram e não vem a mim dizer, prefiro mil vezes pisar em cima do meu orgulho e tentar resolver de outro modo. Dou uma chance. Não aproveitou? Faço o que deve ser feito!



Então, gente! Espero que passem o selo a frente, acho interessante isso de interagirmos uns com os outros!

Beijos, G.








8 de agosto de 2011

Acorda!


Levanta! Sai já desse emaranhado de lençóis inglórios. Vai até o banheiro e lave os resquícios de insensatez. Pinta-te de glória, maquia-te de orgulho e coloque um pouco de honra nesses olhos caídos. Vamos, vamos. Agora, que tu te vires para mascarar e esconder os traçados a fogo de espanto e decepção. Eles não vão querer ver, ou importar-se em saber. Não é da conta de ninguém.
Quem mandou... Quem mandou deixares as chaves sobre a mesa e te mostrares tão disposta a te tornares ‘mais um conto’ no complexo de já tantas fábulas? Quem mandou... Quem mandou deixar-te tão propícia a embarcar e escrever, sem perceber, a história? Tu quiseste, e não me venha dizer que não.
Mas te levantas agora mesmo e limpa essa lágrima fútil que te escorre pelo rosto. Não me venha dizer que estás triste porque não temos mais tempo pra isso. Vai-te logo e abres as janelas. E pare de te prender tanto, de prendê-lo tanto. Deixe-o sair, ou melhor, jogue-o, empurre-o, expulse-o já da tua vida. Faça isso, sem esperar. E não seja tão idiota - ops “ingênua” - , ele não vai voltar, não te iludas. E tu... hahá, tu bem viste o que te aconteceu quando tentaste a ser A ingênua. A quem queríamos enganar, certo?!
Sei, eu bem sei que tu vais voltar a chorar quando não tiver ninguém olhando. Que tu vais sofrer quando estiver escuro, e que tu vais ter vontade de gritar, bramir, explodir e entender os motivos. Mas reflita: há coisas que não se fazem entender, e dane-se o quanto batamos cabeça ou quebremos nossas próprias leis para tentar. Não vai adiantar, simplesmente não vai!
Eu sei o quanto tu vais demorar a tornar a confiar – se acontecer. Eu vejo que as muralhas aparentemente fortes estão agora em destroços e espalham pedras por todo lugar. É, eu entendo que estás machucada e que estás sangrando. E que não vai sarar assim tão rápido. E que vais ferir mesmo sem querer, e só porque tu foste ferida. Eu sei.
Mas quer saber? Ergue esses teus joelhos e vai em frente. Recolhe as pedras do chão e, mesmo que pese, leve-as para um lugar seguro, distante. E ali recomece a construir teu novo castelo: mais forte, mais robusto, mais experiente. Não importa o quanto machuques as mãos ou as costas te doam, vai agora e te reconstrói, vai e sede a tua própria fortaleza, porque provaram com todos os atos e palavras que não o serão por ti.
Aprendas com o que passou, e vede nos olhos de outrem o que não fazer. Chora quando tiver que chorar, mas chora sem ser tão idiota. Ri quando tiver que rir, mas o faça com cautela. Não esqueças as chaves sobre a mesa outra vez, e não te tornes mais uma historinha do passado.
Então levanta! Levanta agora. Pega a maquiagem e te transfigura o rosto, te mostras forte para o mundo e não suscetível a ser derrubada pelo mais fraco dos ventos. E pare de te perguntar o porquê de tudo. Aconteceu porque tinha de acontecer. Não te sintas tão abandonada, ou ao menos não te abandones, pois disso já bastam os outros!
Acorda! Lava o rosto e coloca a tua maquiagem. E não chore. Não chore em frente ao espelho. Não ouse chorar, não na minha frente.

(Inspirado em “Chop Suey – SOAD” )

#NOTA: Sinto muitíssimo pela ausência. Sobretudo quanto ao meus comentários nos blogs de vocês. Tive/estou tendo sérios problemas com o blogger. '-'

31 de julho de 2011

Fable of Fire - part 1


“ (...) – Eu sei o que tu serias sem mim, portanto não te perguntes. Serias a mulher mais forte e destemida; valente e desejada. Serias a mulher que és. E eu seria só um moleque, que até tentaria... mas não conseguiria achar aquela que me faria tão completo como só tu fazes. – Disse-lhe ele em um sorriso e a tomou nos braços, domando-lhe os lábios dela com os seus.
– Não, te confesso que eu não! Não me seria possível ser assim tão ‘eu’ se não tivesse ‘tu’. És tu o que me motivas a ser o que sou! – Ela sorriu boba e aconchegou-se nos braços do marido.
Observou-o lhe tocar a barriga de já 5 meses e sorriu para ele – Não acredito que aí dentro existe um serzinho que eu ajudei a fazer! – ele murmurou, e ela balançou a cabeça feliz para, refletindo sobre aquilo.
– Sim, claro que há! E será a coisa mais linda do mundo! – dizia a mulher em sobressalto.
No entanto, quando o focou deparou-se com aquela expressão que lhe afligia estampando o rosto dele. O sorriso de ambos já não estava ali.
Ela tentou tocar-lhe, mas ele esquivara-se e sentara-se na cama. Ela sentou-se em seguida, a tempo de ver uma lágrima que rolava pela face de barba mal feita do marido, antes que ele levantasse e seguisse até o banheiro.
A mulher passou a mão na testa e apertou os lábios em agonia, enquanto no outro aposento um homem vestia-se às pressas. O olhava triste da cama ao passo que ele retornava. A moça fazia que não com a cabeça, a implorar-lhe que não; a suplicar-lhe que não. Mas ele apenas ajoelhou-se ao lado dela e lhe beijou a barriga, tentando ignorar o letreiro de pensamentos que, como presságio, o avisava que ficaria distante. Ela sentiu o beijo e lhe afagou os cabelos.
O marido pigarreou e, tristemente, começou a lhe recitar um trecho de uma história:
“...Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. E então será maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”
Ela suspirou e fechou os olhos com força. Prometeu a si mesma que não choraria, entretanto a promessa já havia sido quebrada dentro de seu peito; não chorava pelos olhos, mas o coração lastimava, sangrava, gritava e penava. Colocou uma das mãos sobre a boca, tentando piamente impedir que dali, entre soluços, esvoaçasse palavras em súplica para que ele não se fosse. Encarou-o com os olhos marejados e desiludidos e balançou a cabeça positivamente, atestando que entendia.
Ele lhe tocou a face, desenhando os traços finos com o indicador – Eu amarei o barulho do vento nos teus cabelos – confessou em um sussurro sofrido. – E eu esperarei vento soprar... – Ela conseguiu dizer entrecortado, tentando não sentir a ferida que se abria no peito. Encostou a sua testa na dele e fechou os olhos, e nesse instante ele a beijou. Ela reabriu os olhos e tentou abraçá-lo, segurá-lo. Mas tudo o que viu foi uma imagem bruxuleante que se desfazia em poeira e lhe dizia um adeus inaudível em meio as lagrimas. Ele Sumira.
O homem, o seu homem, não estava mais lá, havia ido embora outra vez. Ela viu-se sozinha no quarto e constatou que não existiam mais motivos para se fazer tão forte, se todas as suas forças se desfizeram em uma imagem delgada que evaporou. Ela ergueu as pernas e abraçou os joelhos desolada, destruída. Depois olhou ao redor tentando a enxergá-lo outra vez: no reflexo do espelho, na sacada do quarto, no espaço vago na cama. Nada. Já não podia conter as lágrimas, já não queria contê-las. Jogou-se de bruços sobre o lençol e abraçou o travesseiro em um desejo dúbio de reavê-lo. Mas não era ele. E ela chorou. Chorou e chorou. Chorou sentindo o cheiro dele na roupa de cama, os lábios dele em seus lábios, os braços dele em contanto com seu corpo. Chorou até não poder mais, até perder os sentidos.
Então sonhou... Sonhou que ele ainda estava ali... (...) “

(Um trecho meu de uma história de fogo)

26 de julho de 2011

E em minha mente ele cantava


Eu sonhava. Remexia-me na cama assustada. Garras, máscaras, sorrisos aterradores e mordazes, sangue. Todos aqueles fantoches de cenário moviam os braços antes inertes em minha direção, me convidando ao banque da morte onde o prato principal a ser servido era meu próprio reflexo do espelho. Eu corria, mas tropeçava na cortina do picareto. Levantava-me e tornava a correr, já não tinha saída. De repente, lá estava ele, surgido da fumaça inebriante, materializando-se bem em frente aos olhos sem que eu pudesse acreditar. Ele acenou com a mão e os bonecos com feições de falsa alegria tornaram ao chão. E, como vindo, ele sumiu. Pulverizou, desfez-se. Acordei sobressaltada. Fora só um sonho.
Na outra noite, voltei ao palacete abandonado, andando em meio às cadeiras já vazias e quebradas. Olhei para o palco, e ele estava lá outra vez, mas dessa cantava. Cantava em meu devaneio, aparecendo dentro dos meus sonhos. Do alto ele me olhava, chamava meu nome num sopro sinistro que me arrepiava a nuca e não me possibilitava mexer. Ele aproximou-se e me segurou em um misto de hostilidade e ternura, tocou meu rosto com delicadeza. Temi ao dedilhar de sua mão gelada perpassando meus lábios. Perguntei por que ele vinha toda noite ao meu encontro, e ele riu – uma risada sonora e terrível, e respondeu que vivia dentro de minha mente. Tentei enxergá-lo. Ele se ocultava nas sombras. Empurrou-me ao chão e mandou-me embora.
Já não me bastava lembrar-me do rosto que nunca vi, já não me bastava recordar-me da voz que congelou minha alma e despedaçou meu coração. Tive de retornar. O palco mal iluminado continuava intacto, e os assentos permaneciam destruídos. Olhei para todos os lados em busca dele. O escutei rindo, aquele mesmo riso de escárnio, mas não via de onde venha. Ele estava lá, bem atrás de mim. Tomou-me nos braços e virou meu rosto com força, segurando-me o queixo com uma das mãos enluvadas. Pela primeira vez eu o encarei, mas não o vi por trás da máscara que usava. Ele sorria, sorria cúmplice e me dizia que sabia que eu retornaria, pois agora ele me invadira a mente e residia ali, pois seu poder crescia por eu não parar de tentar desvendá-lo. Pediu que cantássemos, ressonássemos em um dueto estranho. Eu cantei, ele cantou. Senti como se minha essência fosse sugada, senti seu espírito em minha voz. Ele por fim confessou que estávamos unidos, combinados em um só e que eu não mais poderia olhar para trás. Acordei extasiada, exasperada, confusa. Olhei para o um anel translúcido e quase invisível que me desposara o dedo. Fora apenas um sonho? Não...
Já não podia viver sem encontrá-lo toda noite no teatro abandonado, no seu recinto sórdido e assustador. No nosso mundo, como ele me dizia quando chegava e me hipnotizava os sentidos com as notas que entoava.
Uma noite, não mais consegui a contentar-me, precisava saber quem era aquele que reunia em si minhas maiores fantasias, meus maiores desejos e anseios. Precisava saber quem era o homem feito de mistério e desdém que me domara o coração e roubara-me a existência. Tornei ao labirinto de sombras onde a noite se fazia e me fazia cega. Pedi que ele cantasse, e não mais tentei enxergá-lo com os olhos ou ouvi-lo com os ouvidos. Novamente embarcamos em nosso dueto severo, deixei então que meu coração guiasse e o encontrei. Corri as mãos por seu rosto, sentindo cada traço que a máscara ainda me deixava tocar; já não podia, prendi os dedos naquilo que me impedia de vê-lo e a puxei. E com isso, me veio o terror.
Ele empurrou-me contra a parede e me chamou de ingrata, perguntou se eu estava satisfeita por finalmente ter visto o monstro que ele era cujo todos os que viam recuavam temerosos. Os tantos bonecos assustadores começaram a mover-se como da primeira vez, e foram até mim. Eu o encarei. Ele mandou que me levassem, e pediu a mim que não retornasse. E cantou... Cantou em tom grave demais, triste demais, sofrido demais.
Passei dias lembrando-me daquele rosto devastado, tomada pelo medo. Mas passados tantos outros dias, o rosto já não me importava, eu sentia falta da voz que me preenchia o vazio.
Chegada à noite, estava decidida, deitei-me na cama e fechei os olhos. Vaguei por muito no turbilhão de sombras, perdida no escuro sem encontrar o caminho para o nosso mundo. Então cantei. Cantei com a alma, desesperada por achá-lo, e para a minha surpresa, ele também cantou, cantou e me conduziu. Estávamos lá, ele me pegou pela mão e eu o sorri, aproximei-lhe meus lábios e colei-os aos dele. Disse-lhe que éramos um só, e que só sobreviveríamos em uníssono. Disse-lhe que eu era a máscara que ele usaria, e que não mais temeria.
Disse-lhe que seria naquela e em todas as outras noites sua esposa.... A esposa do fantasma da Ópera...

(Inspirado em “The phantom of the opera” – Nightwish)


#NOTA: Quer sugerir alguma música? Eu agradeço! Aqui: http://2pitadasdesal.blogspot.com/2010/10/bla.html

23 de julho de 2011

It's time to go


“Vamos querida, pegue suas coisas que é hora de partir. Vamos , que é tempo de ir em direção à felicidade. Vamos, que é momento de arriscar e perseguir nossos sonhos – e não os largar. Vamos, suba no carro essa noite em silencio, não se arrependa e deixe que os pneus cantem e nos levem pela estrada rumo ao horizonte.
Nós passaremos o dia no parque, contando as folhas amarelas que caem ao chão no outono. Enfrentaremos e sobreviveremos ao inverno mordaz abraçados; colheremos as flores da primavera e enfeitaremos as janelas da casa; e olharemos o sol se por deitados na beira da praia no verão.
Voltaremos àquela árvore aonde escrevemos nossos nomes anos atrás, e eu lembrarei como até hoje tu despertas avalanches no meu coração e movimentas tornados espásmicos em meu corpo. E recordarei das tardes em que corríamos pela ponte, e eu te deixava ir em frente para depois te puxar pelo braço e te abraçar e jurar nunca mais te soltar. E tu te lembrarás das noites em ias bater na minha janela no segundo andar e me dizias pra descer e ir ver contigo como as estrelas estavam lindas.... E eu não enxergava estrela nenhuma!
Direi que não lamento por nada, e que faria tudo de novo. Confessarei que trocaria cada célula do meu corpo por mais um segundo ao teu lado. Falarei que todas as coisas perdem o sentido se eu não consigo te ver nelas. Profetizarei o nosso futuro e até os nomes dos nossos quatro filhos, sorrindo, te revelarei. Exclamarei o quanto vejo teu rosto, sinto teu cheiro, ouço tua voz a cada passo que a distância nos separa. E bradarei, bradarei aos quatro ventos, gritarei para o mundo, esbravejarei ao universo e à todas as entidades o quanto te amo, te amei e amarei. E te amarei, e mais uma vez te amarei e tornarei a te amar. Hoje e sempre, e pra sempre e pra nunca terminar.
Eu sei que nunca poderia ter visto nada disso chegar se não acontecesse, se tu e eu não tivéssemos acontecido. Acontecido na troca de olhares na sala de casa, na troca de palavras no baile de formatura (e nas tuas renegadas palavras também!), na troca de beijos atrás da igreja, na troca de confissões, xingamentos, palavrões e de novo as confissões e novos beijos na varanda. Na troca de corpos no porão... e na troca de almas quando daquela vez tu disseste que sim e eu também. E nós acontecemos.
Vi chegar as coisas mais incríveis, nos momentos mais oportunos. E eu vi nascer o que geramos e criar o que inventamos. E nos reinventamos e recriamos. E eu não teria visto, não se não fosse por teus olhos que são também os meus; Por teus olhos verdes que me fascinam e me afligem, e me sufocam, e me mantém seguro. E tu estás comigo, e é por isso que me sinto assim tão vivo.
E eu te perguntei por que ainda estavas tão desperta. E eu indaguei se não estavas cansada, sublimada, devastada. E eu questionei se desistirias. E tu me sorriste com os lábios rosados que são minha água-furtada, e me disseste em um sussurro tenro, genuíno, sincero que não o farias jamais e que o fim não aconteceria nem quando teus olhos se fechassem e te levassem embora, que nos tornaríamos a encontrar.
Então vem querida, vem e não espere. Vem e não te demores. Entre no carro essa noite, entre devagarzinho e em silencio, e juntos vamos à busca de reviver o que vivemos, reescrever o que passamos e escrever tantas outras novas páginas. Vem que é tempo. Vem e vamos embora.
Vem porque o que temos é mágico, é único, é lindo. Vem agora e não te demoras.”

(Inspirado em “This is beautiful” – Tyrone Wells)

20 de julho de 2011

Ela disse


Tão doce e sórdida é a aparência do quarto que, pela janela aberta, deixa entrar o frio inverno apoiado sobre mais algum sonho desfeito. É igualmente solitária e triste a fotografia iluminada pelas luzes bruxuleantes do candelabro que faz gorgolejar e tremer a figura dela, jogada no chão e agarrada ao vestido das memórias desgastadas. E ela permaneceu no chão até se sentir aquecida outra vez. Até o teu inverno partir.
Hoje é primavera, e não está mais tão gelado a algumas estações. Ela pode embarcar tranqüila e balançar em um vôo aconchegante nas asas da esperança, sobrevoando as colinas do que se concretizará em breve; sorvendo das nuvens pintadas de laranja e roxo que lhe renovam as forças; e protegendo-se no crepúsculo que encobre os pesadelos de outrora. Ela está na aurora agora, e eu acho isso certo, porque o jeito como ela ri quando está nervosa é infinitamente melhor do que o modo como ela chorava quando estava decepcionada. E agora ela é sempre tão engraçada, e agora ela se sente sempre tão linda.
Ela não tem mais que correr, está feliz, está quase curada. Quase não se lembra.
E esse é o porquê de eu estar imaginando o motivo pelo qual tu estás tentando dizer à ela agora o que estava havendo em tua cabeça, o que estava errado, e porque o inverno veio tão frio. Mas ela não irá ouvir, não mais. Ela tentou até o fim, agarrou-se nas esperanças impressas em teus fios de cabelo, vestiu por muito o vestido das memórias tão doloridas. E tu a deixaste jogada no chão do quarto, com a janela aberta e a luz assustadora do candelabro. Não importa quantas vezes diga que querias que o tempo voltasse atrás, ela não irá ouvir, não acreditará nisso de novo.
E quando ela acabou e te deixou para baixo, que tu tenhas reconhecido o quão merecido foi. E quando ela fizer barulho na cozinha de madrugada, tu não escutarás da maneira como eu escuto.
E quando ela sorrir, eu espero que tu saibas que os lábios não se retorcem para ti. E quando ela chorar, eu espero que tu saibas que as lágrimas não rolam por ti. E quando ela diz, inocentemente e quase sem querer, que quer alguém a quem amar, eu espera francamente que tu saibas que ela não pensa mais em ti.
Eu espero que tu saibas que eu não penso mais em ti...

(Inspirado em “She says” – Howie Day)


#NOTA: Quer sugerir alguma música? Eu agradeço! Aqui: http://2pitadasdesal.blogspot.com/2010/10/bla.html

Feliz dia do Amigo!

Desejo a todos um feliz dia do amigo. E que vocês olhem para os lados e também digam isso uns aos outros. É importante! É importante saber o quanto se é importante!

Eu prometo!

Beijos. :D

16 de julho de 2011

Eu estarei lá


Então esqueceram miraculosamente de te falar que a vida funcionava desse jeito?! Onde todos acham que tu não passas de uma grande piada, o trabalho vai mal, os estudos não se encaixam e o amor... ah, o amor é um circo! Não te falaram, certo?!
Naturalmente esqueceram-se de te contar que haveria tantas contas pra pagar, tantas noites mal dormidas e tantas coisas pra entregar no dia seguinte – e as 24 horas do dia anterior não foram suficientes para concluir nem metade!
E tu te sentes como se tivesses emperrado, engatado, entranhado na primeira marcha, sem conseguir ir adiante nem ir mais rápido. E é como se permanecesse assim por semanas, meses e anos. E o telefone não para de tocar, e te atrasas pro compromisso das 8 quando acordas sobressaltado as 10, e queimas o almoço, e manchas as roupas! E a vida é assim!
Bem que tua mãe falou que os dias seriam desse jeito, que o mundo te faria prostrar de joelhos de modo que tudo pareceria tão inalcançável. E bem que tua avó avisou que viver era repleto de altos e baixos, e que para estarmos bem só nos bastava saber onde estão os altos e onde estão os baixos. Só que... tu simplesmente não sabes, nessa montanha-russa com tantos loopings quando estás no alto ou no baixo! Ou mesmo quando as coisas estão perto ou longe.
Porém, ninguém poderia te conhecer tão bem, ninguém veria desse jeito, ninguém te entenderia. Ninguém atenderia as ligações no meio da madrugada, quando é só pra dizeres que tal pessoa é mesmo um perfeito idiota e tramar os planos maléficos do dia seguinte que nunca seriam realizados. Ninguém correria na farmácia pra comprar sorvete quando a placa de 'fechado' já estava sendo posta. Ninguém toparia ver os romances pela enésima vez só porque é mais divertido rir e chorar contigo do que o filme em si. Ninguém se meteria em baixo do cobertor morrendo de medo dos fantasmas da série de terror. Ninguém faria isso como eu!
Mas acredite, sou e quero ser sempre alguém. E não ninguém. Sou e quero ser sempre a quem tu podes contar tudo, e com quem podes contar em tudo. Sou e quero ser sempre a pessoa com quem podes atravessar os dias mais árduos e sobreviver às noites mais assustadoras. Sou e quero ser sempre o que te faz sentir o melhor até mesmo no teu pior.
Porque... Eu estarei sempre lá por ti! Mesmo quando a chuva começar a cair, ou quando o sol brilhar lá em cima. Mesmo quando fizer frio, ou juntos estivermos morrendo de calor. Até nos momentos tristes e, inevitavelmente, nos momentos mais felizes. Estarei no dia do teu casamento, igual como estive no teu aniversário de 7 anos, de 18 anos, na festa de formatura da faculdade. Estarei lá quando tiveres teus filhos, e segurarei no teu ombro dizendo que está tudo bem, que te ajudarei no que precisares. Estarei na varanda de casa, quando na velhice, tomaremos chá e comeremos biscoito, curtindo mais uma partida de poker. Estarei em todos os momentos. Acredite, eu estarei, e assim a vida talvez seja menos complicada. Ou pareça menos complicada apenas por estarmos juntos!
Eu estarei lá, sempre por ti.... porque sei que também estarás por mim!


(inspirado em: “I’ll be there for you”-friends team e na série “Friends)

#NOTA: Uma homenagem à uma das minhas séries favoritas. E a todos os meus amigos pelos quais eu sempre estarei.

E o sonho terminou



E agora, definitivamente o sonho terminou. Foram anos de filmes e livros que me embalaram nesse mundo fantástico, e me fizeram sonhar, fantasiar, imaginar, jogar e escrever a respeito tantas vezes! Sou realmente LOUCA pela trama de Harry Potter, e não poderia perder a última estréia! Confesso que sofri MUITO em ver o último filme, e acreditem, chorei horrores no cinema. Tanto pelas cenas quanto pela idéia de estar acabando.
Também eu digo adeus, triste devo falar, para essa tão fantástica história, que me acompanhou desde lá meus oito anos de idade! Nossa, como faz tempo!
É, é triste ver o fim de algo que cresci jundo, cresci vendo, ouvindo e lendo!
E fico aqui lembrando que meu pai não me deixou ver o primeiro filme no cinema porque era " contra os valores" lá dele. E que quando o segundo saiu em VHS assisti escondido na casa de uma amiga, assisti o primeiro e o segundo. E desde o terceiro vou lá, pirar nas estréias. Então não poderia ser diferente!
Sofri, sofri mesmo! Mas foi MARAVILHOSO! O filme foi perfeito, amei, amei, amei muito. Gritei e vibrei como a "PotterLover" que sou a tantos anos, e não me envergonho disso! Foi épico! Foi lindo! Foi perfeito!

“É preciso muita audácia para enfrentarmos os nossos inimigos, mas igual audácia para defendermos os nossos amigos.” – Harry Potter
(Uma das frases que mais me marcou.)


(Always and forever)

14 de julho de 2011

I'm looking at you


Eu te observava pelo lado oposto da janela, perdida nos meus devaneios enquanto tu te perdias em algum lugar lá fora. Não me pergunte, não sei quanto tempo se passou desde que estive a olhar por ti; e mesmo que eu não tenha notado o ponto exato no qual os segundos transmutaram em horas, e as horas nomearam-se “pra sempre”, sei bem que ninguém nunca te disse que o “pra sempre” se parecia tanto com a nossa antiga casinha de verão.
Queria perguntar como te sentes, sei que é essa a chave. Mas não espero que me respondas tão fácil. Não enquanto temes tanto virar uma marionete dos teus medos de “lá fora”; ao ponto que olhas para dentro e vês pela janela as sombras enganosas que as luzes mostram na parede, contando o contrário do que realmente é.
Então é tua vez. Tu te perguntas até quando tudo é real, até que ponto foi real. Apavora-te com os ruídos que agora parecem estrondos, passos a alguns metros de ti. Sofres com o vento frio que te machuca a face e te causa calafrios. E enfim olhas para a noite, e percebes que aquelas estrelas que certa vez brilharam pra ti, são as mesmas que a ti mentiram. Desmoronas, fincas os joelhos com força no chão e abaixas a cabeça, domado pelo pavor.
Mas, em um lapso, o cenário muda. Estás outra vez nos vales, e às margens do rio está nossa casinha de verão. A janela está aberta, como braços para te reconfortar em um abraço. Tu não tens mais o que temer com dias tão claros e ares tão frescos. Não enquanto a janela estiver aberta. E tu acordas, acordas do pesadelo vivo e te ergues do chão deixando as sombras para trás.
Enxergas logo ali aquela mesma casinha – a nossa casinha, intacta por tantos e tão longos “pra sempre”. Não te deixes enganar novamente pelas penumbras, projeções falaciosas da verdade. Não te deixes deslumbrar pela aparência, só está diferente de como te recordavas. Tome fôlego e vá em frente. Siga para a janela e cole o rosto no vidro. Encare sem temer. Abra os olhos e veja... Veja que enquanto estiveste lá fora tão distante e tão perdido, era eu que olhava por ti pelo lado oposto.

(inspirado em "Through the glass" - Stone sour)

#NOTA: Sem sentido? Talvez. Muito provavelmente. Mas quem disse que precisava ter sentido?

11 de julho de 2011

Vá e não desista


Eu te falei que acabarias caindo nesse mar de ondas ilusórias, que te afogarias nas águas negras dos sonhos desfeitos. Deverias ter parado; deverias ter dado meia-volta e não continuar em direção aquele turbilhão de pensamentos desperdiçados, não deverias ter perdido tanto tempo e ocupado a mente com coisas que ficaram para trás a muito. Mas eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam capazes de emergir frias do fundo das águas, sejam capazes de te segurar nas expectativas que achavas que estavam mortas.
Não deixe que tua vida termine em mais uma daquelas doses de decepção e egoísmo no fundo do copo; não te percas completamente em meio às névoas da fúria. Lembra-te que a tua alma é boa o suficiente para virar e relinchar e te conduzir para a outra direção. E eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam capazes de suportar todo sofrimento, curar todas as feridas, tratar de toda dor.
Fale agora. Fale para mim. Grite para o mundo. Diga que ainda tem solução, e que podes retornar. Acerte de volta o que erraste; conserte as tuas emoções, junte do chão os teus sonhos e cole parte a parte do teu coração – quem sabe assim ele volte a bater...
E então, agora restaurado, siga em frente e não desista. Siga em frente, do jeito que eu sempre soube como tu fazes, como só tu fazes. Mostre ao mundo como perdoar, e como ser perdoado... Ensine como se deve sonhar e o quanto se deve acreditar. E, por fim, afirme que sempre se pode pegar o retorno e voltar ao princípio, mesmo quando as águas parecem afogá-lo e a escuridão assolá-lo, é necessário apenas ter coragem, basta dizer a si mesmo que se tem coragem.
Vá logo em frente, vá que eu apoio. Vá contra tudo e todos que disseram que não conseguirias. Vá com toda a tua garra e força, te deixando guiar por tua índole. E não desista. Porque eu ainda acredito, eu acredito que as tuas mãos sejam e sempre serão capazes de tatear novos caminhos em meio ao caos. E mesmo quando todas as esperanças parecerem ter ido embora, continue em frente sem medo, continue em frente e passe por isso de cabeça erguida.
Vá em frente, vá e não desista... Vá que eu acredito.

(Inspirado em “Move along” – The All-American Rejects)

5 de julho de 2011

Até a elevação





Ah! Mais alto, tão alto quanto o sol. Tu me pegaste agora, me pegaste de tal modo que não sei para onde estou indo, mas tenho certeza que é algum lugar perdido perto da esquina da tua boca! Quero que teus quadris me encontrem e que, em um eclipse, tu me atires de tua arma, me mires para o alto, que me jogues para as estrelas e me pegue nos braços. E me segure, e me aperte, e me prenda, e me perca em teus braços! E me perca em teus olhos, e te percas em meus lábios, e te encontres em meus abraços, e te apertes em meus braços! E de volta me encontres!
Ah, tu me pegaste agora! De maneira a me fazer perder o controle, a noção, a razão! Fizeste-me perder o juízo e não saber o que estou fazendo ou o que quero fazer. Fizeste-me perder o sono e me deixaste apenas a lembrar das noites em que, como um furacão, tu me sacodes embalado em todos aqueles hits dos anos oitenta, em garrafas de bebida escocesa, em roupas espalhadas pelo chão.  Em trens descarrilados e velhos carrosséis, em restos de algodão doce e dois dedos de whisky no balcão do bar.  Nos meus devaneios, nos meus sonhos mais insanos, na loucura em que sempre sucumbimos.
Ah, enquanto a terra tremia, tu me fizeste sentir como se pudéssemos voar tão alto, mais alto que o sol ou que as estrelas, acendendo os astros com a ponta do cigarro lá em cima! Peço-te que não me soltes; que me segures e jamais me deixes no chão outra vez, que continuemos a flutuar nas notas musicais com a ponta dos pés; encantados pelos acordes da guitarra.
Ah, então me fales mais uma das tuas verdades e me tires daqui! Me leve para o parque de diversões e vá comigo na montanha-russa, segure minha mão, e me diga “não tenha medo, boba, é só um brinquedo velho”. Encoste-me na parede e me faças perder o controle outra vez, à medida que meus lábios orbitam em teus lábios, minhas mãos misturam-se as tuas e dançamos debaixo da chuva quando voltamos para casa. E lá vemos as roupas jogadas no chão, e ouvimos os hits dos anos oitenta, e bebemos das garrafas escocesas, e enfim me confessas que o que importa é a elevação, é a nossa elevação! E como outrora subiremos alto, tão alto quanto o sol. Ah, tu me pegaste agora...!

(Inspirado em: Elevation – U2; You shook me all night long – ACDC; You really got me now – Van Halen)

29 de junho de 2011

Coelhinho...?!



“Cadê você, coelhinho?... Porque está fugindo se sabe que não pode se esconder? Coelhinho, coelhinho... apareça!
Ahh, aí está você! Está com medo, coelhinho? E há motivos para ter medo? HÁ HÁ  HÁ
Pronto... Pronto... Eu prometo que estará seguro aqui em minhas mãos, não se preocupe, nenhum dos meus brinquedos vai lhe machucar e... Mas o que é isso, coelhinho?  Você não quer que eu lhe segure? Quer ser solto, tudo bem!
Oooh, não! Porque está chorando coelhinho? Só porque caiu aqui em baixo? E como foi que veio parar aqui em baixo, é tão alto... Mas... Mas foi apenas um acidente, não foi?! Calma, calma! Sei que está difícil respirar, mas se me deixar fazer um furinho aqui poderá respirar melhor... Calminha...
O que?! Está sangrando? Mas porque está sangrando, coelhinho?!!  Ohh não...  Parece que precisará parar de respirar agora...Garanto que não vai doer, coelhinho, você não vai sentir nada, só basta que eu lhe segure assim e.... e.... Pronto! Aí está! Quem precisa respirar, não é mesmo! Isso, não se mexa, continue assim quietinho! Não vai querer contar nada à mamãe, não é?! Será o nosso segredo!
Mamãe, mamãe... Acho que o coelhinho não está bem... Mas foi só um acidente, eu juro... “
                                                Março de 1987-Outono-Casa de campo

(Inspirado na série L&O-SVU e em Stephen King)

#Nota: Um texto incomum para o que já escrevi por aqui até hoje. No entanto, devemos saber ou tentar escrever sobre tudo, certo?! Depois de muitas doses de SVU me veio isto em mente. A princípio fiquei com receio de publicar, confesso, mas pensei "porque não?!", e aqui está. O trecho trata sobre uma criança com distúrbios que tendem à sociopatia e alguma outra patologia. Quem sabe venha a ser uma trama em breve?! 

26 de junho de 2011

Feche os olhos


Feche os olhos sem medo e encare o interior de tua alma, tu sabes que é o melhor lugar para estar agora, mesmo dizendo a mim que nunca estiveste lá antes. Porém, não tens mais para onde escapar, não tens o que dizer nem sabes o que pensar, pois todas as coisas em que acreditavas e que intencionavas fazer crer se dissiparam lentamente bem em frente aos teus olhos.
Foque o alvo, mire o olhar para o espelho negro e comece uma revolução no reflexo crítico de tudo aquilo que tens feito. Erga os braços para o nada e tentes a te levantar antes que percas o verão que faz lá fora e o inverno retorne ainda mais árduo; tenhas coragem e saias já da sombra da lareira, e não me olhe desse jeito... Tu já queimaste meu coração uma vez, mas não o tornarás a fazer.
Vire-se para dentro de si mesmo e veja o quanto estiveste errado. E quando enfim puderes perceber, será minha vez de te estender as mãos sinceras e te chamar de volta dizendo que és bem-vindo ao mundo perdido nas dimensões entre o dia e a noite. Apenas diga e não me decepcione de novo, não ponha tudo a perder. Não me perca outra vez.
Então não espere mais nenhum segundo, tu sabes que pode ser tarde demais à medida que meus passos direcionam-se em linha reta para o distante oposto de ti enquanto ficas lá olhando de longe. Tome fôlego e corra, me procure em cada esquina como nunca fizeste. Siga meus passos, sinta meu perfume, anseie por meu acalanto...
Recupere tudo o que  perdeste diante de ti e acredite naquilo que for o certo, e tenha a honra de desmascarar o incerto. Não deixe... Somente não deixe que a minha alma deslize e se desfaça em penumbra lá adiante, e eu poderei então lembrar-me do que me disseste certa vez e não olharei mais para o que passou.
Não duvides, é o melhor lugar para te encontrares... Não duvides, é o caminho para me reencontrares... Ao menos por hoje feche os olhos e encare o interior de tua alma; e eu não olharei para trás com rancor...

(Inspirado em “Don’t look back in anger”-Oasis)

6 de junho de 2011

Estrelas que se doam


Os pés da garotinha balançavam centímetros acima do chão, sem tocá-lo devido à baixa estatura. Os olhinhos verdes fitavam a mesa e o dedinho alvo percorria as ranhuras da madeira já desgastada.
Uma mão quente e reconfortante lhe tocou então o ombro, chamando-lhe a atenção. E agora duas petecas azuis fixavam-se nela como se lhe perguntassem o que havia, e ela apenas recolheu os ombros.
Nada foi dito, nada precisou ser dito. O homem com aparência de papai-noel – sim, para ela ele lhe lembrava o bom velhinho que, caso fosse uma boa garotinha, lhe concederia os presentes que pedisse no fim de mais um ano – sentou-se ao lado dela.
-Deixe-me lhe contar um segredo – disse o homem – quando te sentires triste e sozinha, não chores, do contrário: erga a cabeça e olhes para o céu. Ali existem milhões de estrelas que brilham puntiformes – contou-lhe e apontou para a manta negra que exibia suas contas de diamante lá em cima – Como podes ver, muitas são as estrelas vistas daqui; mas se cada uma delas olha para os lados, não enxerga nada senão um enorme vazio: escuro, frio e assustador; e dessa maneira sentem-se cada vez mais sozinhas. No entanto, se são capazes de enxergar para além do que os olhos podem ver, percebem que a quilômetros dali existem tantas outras estrelas que, tais quais elas, brilham intensamente e iluminam os céus da noite para nós aqui debaixo. Dessa forma, como num colar de pérolas, não se sentem mais sozinhas. – e com a ponta do dedo de marfim, tocou o nariz da garotinha – Não tenhas medo quando então olhares para os lados e veres que ninguém está por perto. Não chores. Olhes mais uma vez para os altos e lembre-se que, de algum lugar uma estrela brilha por ti, pois é isso que fazem as pessoas que se amam: doam seus brilhos umas pelas outras.
E, do modo como ele chegou e nada foi dito, o homem levantou-se sem que nenhuma outra palavra necessitasse ser pronunciada. A garotinha de olhos verdes continuou a fitar o céu e a observar como cada estrela parecia ligar-se magicamente àquela ao lado, formando uma rede que brilhava e iluminava a terra.
Por muito observou as estrelas e ainda hoje as observa. Uma em especial – a estrela-mor, aquela que reflete em azul e parece realizar sonhos – a faz lembrar que seu brilho não deve ser guardado, mas irradiado a todos aqueles a quem contempla em sua rede luminosa. Porque, no fim das contas, é isso que fazem as pessoas que se amam: doam sua luz umas pelas outras.


Nota: Isso me foi contado por ele quando eu ainda era bem pequena. E dali em diante, passei a observar estrelas e o faço até hoje. Acho que, de algum lugar, ele se orgulha.
Em memória à Theo Stein.


T.Stein (Grafin)

5 de junho de 2011


E é só para lembrar de algumas coisas; e para enfatizar tantas outras: o amor é cego, surdo, mudo, doido e, definitivamente, um tremendo idiota.

31 de maio de 2011

Cinza



Inevitavelmente ficamos tristes quando o céu está de um cinza aterrador e notamos que aquele dia é um dos dias em que algo nos faz lembrar do que gostaríamos de esquecer.
Agora doi, mas sei que passa, a dor sempre passa não importa o quanto demore, seja ela enterrada pelo tempo ou curada pelo esquecimento.
Então que, por enquanto, tomemos um anestésico. Que tomemos uma "dose de cores" para que o céu se torne menos cinza...

25 de maio de 2011

Pedras

E a grande dúvida que tenho é: Porque as pessoas continuam com a teoria de que pedras são tão mais eficientes que palavras?
Persisto na tese de que palavras são bem mais fáceis e menos pesadas de carregar do que pedras. Sim, elas também machucam, mas ao fim, não são frias e sem vida. Ao contrário: dão vida, dão chances, dão esperanças.
Porém, não me peças uma "segunda chance" se desperdiçaste o suplício legítimo que fiz a ti para que apenas falasses. Pedi demais? Não... Acho que não.
Agora eu só acho. Certezas? Não as tenho. Em parte é culpa tua, em parte minha, por ter dado a outra face tantas vezes – pode parecer errado, e até egoísmo, mas darias a outra face se tivesses a percepção de que, aparentemente, não levaria a nada? – Talvez não devesse mesmo ter te dado a outra face.
Mas quem pode saber como seria o caminho da esquerda se outrora fora tomado o da direita? Voltemos atrás? E ainda será de valor voltar atrás?
Por enquanto, prefiro estar onde estou, e deixar que tu estejas onde estás. Assim tudo fica menos volátil, mais acessível. E se isso for covardia ou orgulho, do que importa agora?
Deverias ter falado, deverias sim ter tido a coragem de falar e não a ignorância de projetar em outro alguém um feito teu. Pense nisso da próxima vez, das próximas vezes. Com quem quer que seja.
E, como de praxe, eu só pedi palavras, não que te armasses para um combate.

24 de maio de 2011

Ouça a chuva



Ouça, ouça.
Ouça cada gota de chuva que lhe visita na janela. Ouça cada gota de chuva que lhe chama para fora. Ouça cada infame gota de chuva que lhe beija o rosto. Ouça o sussurro secreto de cada uma, enquanto elas procuram desesperadamente por quem as escute antes que, invariavelmente, morram ao chão- secas, mudas e irresolutas.
Mas por favor... Por favor não vire-se desta vez. Não ensurdeça diante dos gritos penitentes que clamam por atenção. Não vá embora fingindo que é fácil dizer adeus. Diga-me que podemos ficar mais um pouco... Diga-me que podemos ouvir as histórias da chuva novamente.
Não abaixe a cabeça, não se deixe cair de joelhos, não fraqueje. Erga os olhos e recorde que todos já estivemos sozinhos na tempestade, mas que nos basta apenas firmar os pés no chão para não escorregar . E de repente, magicamente, doces palavras ganharão a forma e pingarão dos céus em sua mente dizendo-te que abras os olhos para o acalanto ao teu redor, mas que sejais rápido, pois não restará mais muito tempo.
Só não te esqueças... Não esqueças que mesmo que todos te façam achar que estarás sozinho, eu estarei lá, eu serei a voz da chuva que canta aos teus ouvidos, que te conta as mais belas histórias e te dá os mais sábios conselhos. Sou a água que lavará tua alma e te fará terno. Sou as gotas que te acariciarão os cabelos e te farão lembrar que podes realizar todos os teus desejos, apenas precisas ouvir a chuva.
Então ouça....então me ouça.
Ouça a chuva.

(Inspirado em “Listen to the rain – Evanescence “ )

20 de abril de 2011

Who you think you are?


Não, eu não posso e não quero dar mais nenhum passo em tua direção. Não mais andarei rumo ao que me trará sofrimento e dor.
Eu não sou mais o teu fantasma, e tal qual tua sombra, não mais seguirei tua estrada sempre rente ao chão.
Eu me ergui e corri com as minhas próprias pernas para o outro lado, afinal, eu aprendi a viver metade vida, com o resquício de existência que tu não sugaste de mim, então não me peça para errar outra vez.
Pare de perguntar se eu quero ser encontrada, pois no fim das contas eu demorei tempo demais para perceber que estava perdida e precisava achar a mim mesma. Porém eu cresci, e criei raízes fortes e galhos resistentes que me impedirão de fraquejar diante do sopro gélido de egoísmo que vem de ti. Então apenas pare... Pare de chamar por meu nome, porque seria incapaz de ouvir mesmo que gritasses.
Tudo que eu queria era me atrasar por mais cinco segundos e não ter conhecido os infames presságios do destino que me acorrentaram por incontáveis eras. Eu perdi tempo demais até me sentir viva outra vez, até reascender a luz que, um dia, tu apagaste de meus olhos com todas as tuas promessas quebradas. Eu corri para o mais longe e me escondi ao mais fundo, e agora tu voltaste, mas não te enganes... Não me levarás de volta, porque o que um dia tu conheces foste por ti próprio assassinado.
Tu não podes mais andar por aí coletando corações quebrados e enfiando-os como troféus no fundo do baú de teu cinismo, tu não podes mais colecionar falácias. Tu não podes mais me tatuar, me marcar a ferro e fogo, com as cicatrizes que deixaste para traz e que por muito foram feridas abertas. Tu não podes mais me fazer adoecer da tua doença, tu não podes mais congelar meus ossos com o gelo de tua alma.
Então não volte nunca. Não volte por mim, pois eu jamais voltaria para ti. Quem tu pensas que és? O que tu és?...


(Inspirado em “Jar of Hearts - Christina Perri")

9 de abril de 2011

Segure minha mão e eu prometo


Não importa o quanto tentes, nada dura para sempre.
Não importa o quanto temas, a noite cai cada vez mais escura e traz consigo a brisa gelada e aterradora.
Estamos todos cansados, cansados de caminhar sozinhos em meio ao frio e não encontrar em dimensão alguma o acalanto de nosso destino. E quando tudo fica escuro outra vez, nos acovardamos e retornamos às sombras de nosso passado.
Estamos fadigados de olhar para todos os lados e enxergar dor e fúria aonde outrora existia paz. E sei que estás farto de tantas decepções, e sei que pensas em desistir, e sei que não nos é mostrado mais motivos para continuar...
Mas... olhe para mim, olhe para mim mais uma vez e eu te perguntarei o que estamos esperando para tornarmos a tentar. Já estivemos lá antes, perdidos em algum lugar terrível no tempo, mas juntos ficaremos bem se enlaçarmo-nos um ao outro e aguardarmos pela luz do sol que anuncia o amanhã.
Sei que está cada vez mais frio e mais difícil de suportar, sei que temos medos e continuaremos a tê-los, porém ergas a cabeça e olhes adiante, ali em frente passaremos a enxergar a luz que nos recolocará no caminho, basta que segures minha mão e nada ficará entre nós, eu prometo que farei tudo que puder para continuar.
Veja nas nossas esperanças o teu motivo para dar um paço em frente, arranques de nossos sonhos a inspiração para avançar, sorva de nossa fé os nutrientes de vida que te falta e siga em frente.
Abrace-me de novo quando eu fraquejar e chorar e tudo ficará bem. Dê-me a mão e não me deixes ir, dê-me a mão e peças que continuemos... Segure minha mão e enfim poderemos seguir para a luz do sol.

Segure minha mão e prometo que farei tudo o que puder...

(Inspirado em “Hold my Hand” – Michael Jackson and Akon)