24 de fevereiro de 2011

Para o alto.



Afundo por um momento em um mar de rostos sorridentes, chorosos, gentis e aterrorizantes. Em seguida olho para cima –o lugar onde todos os outros estão, e de onde estendem as mãos aconchegantes para me tirar daqui.
Quando então meu vôo estiver prestes a sair, deixarei a sombra protetora do eclipse do sol e viajarei a velocidade da luz, batendo as asas com força e perseverança, e em mim habitará aquela estranha e maravilhosa sensação de que há muito mais por se ver nessa aventura corajosa do que eu jamais acreditei ou esperei.
Terei consciência que na estrada entre a guerra e a maravilha, ambas constantes em minha jornada, a tempestade gritará alto a ponto de me ensurdecer. Saberei que a mim é impossível sussurrar acima do esbravejar imponente do trovão, mas poderei voar para qualquer lugar. Necessitarei sim passar por entre as nuvens carregadas para que por fim possa planar por sobre estas e no descanso de minhas asas, regozijar-me. E nesse momento verei que o céu que antes parecia tão cinza, irá transformar-se em um azul límpido.
Milhões de pássaros de papel explodirão ao meu redor, entoando o canto que me fará seguir em frente e encorajando-me a continuar o bater de asas que ritma a canção. Mil palavras virão em minha mente, e esta será a hora aonde terei de respirar fundo, nutrindo-me do mito e do mistério e fortalecendo-me da sagacidade e esperança, para assim continuar rumo ao meu destino.
Eu então recordarei a vez que me disseram haver um reino além das árvores, e lembrarei que o a tanto perdido foi finalmente encontrado no exato momento em que minhas penas dançaram ao som do vento e eu pude deixar o chão em busca do que a mim era válido e necessário. Pude deixar o chão em busca do reino com o qual sonhava.
E enfim poderei arriscar-me a dizer: eu vesti meus olhos de pássaro, os olhos que sempre iluminariam o azul de várias tonalidades do meu lar; Despertei as estrelas que estavam ao meu redor; persegui meus sonhos e lembrei-me da doce bravura que me fez voar.
Então hei de deixar para sempre o chão da floresta, porque as asas já não podem conter-se, assim como eu, e voarei tão alto...tão alto que não mais enxergarei lá em baixo. E a medida que estiver subindo e me distanciando, não direi “adeus”, e sim “até logo”. Pois sei... sei que um dia todos embarcarão na mesma jornada maravilhosa -a princípio dura e posteriormente gratificante- Aquela em busca do céu azul.
- Vá, vá e suba até que não consiga ir mair alto. Vá e suba ao céu -

( Inspirado em “to the Sky “ –owl city )

4 comentários:

  1. Guarde sempre, minha amiga, que, afinal, não precisamos de asas para voar!
    GK

    ResponderExcluir
  2. Grafin...
    Muito legal essa tua coisa de, sempre com muita qualidade, escrever textos inspirados em canções! Posso eventualmente sugerir alguma?
    Bjs!
    GK

    ResponderExcluir
  3. Claro! Certamente pode! Bom, alguns consideram plágio, mas não vejo assim. Eu apenas os admiro demais, e eles me inspiram demais. Portanto, esse é o resultado. Sim, sugira. ;)

    ResponderExcluir
  4. Conhece "Moment of Surrender" do U2? Acho que, dentro dessa tua proposta, daria algo legal...
    E, para os que acham que a certamente difícil arte de se criar um texto com base numa música, ou num quadro ou escultura, ou mesmo em outro texto, é uma forma de plágio, meus profundos pêsames pela triste e acintosa ignorância!
    Bjs!
    GK

    ResponderExcluir

"Escrevo em linhas tudo aquilo que, nas entrelinhas, a alma quer dizer; tudo aquilo pelo qual palpita o coração"
Ajuda-me? É sempre gratificante saber sobre o que pensam outras mentes!