21 de fevereiro de 2011

Somewhere along in the bitterness




Sente-se, é apenas uma conversa.” Ela tentou dizer enquanto ele a encarava e ela continuava a transitar pela linha do medo e da responsabilidade, perguntando-se o porquê de tudo aquilo, sem conseguir emitir som algum.
Todos diziam que era o que acontecia quando chegasse o momento em que se amaria outro alguém incondicionalmente, mas ela não mais conseguia olhá-lo nos olhos e pedir que ele lhe deixasse ver aonde havia errado, e mostrar a ela que ele sabia mais –pois ela sabia que ele sabia mais. Ela só... ela só não queria que o tempo findasse e escondia-se sobre os véus da inocência na infame tentativa de fazer com que tudo parecesse bem ou confortável.
Ela tentou. Ela fez a lista de todos os erros, seus e dele. E as proporções foram iguais de ambos os lados. Nenhuma surpresa... Mas ela continuou rezando à Deus... continuou rezando para Deus que ele a ouvisse e a entendesse. E a medida que ele levantava a voz, ela baixava a sua; A medida que ele erguia a mão, ela apenas recolhia-se. Pois disso ela sabia... ela sabia que um dia ele admitiria tudo. Ela dirigiria até perder o rumo, mas não queria ouvir de novo que ele não era mais o mesmo. Ela conseguia ver... via no fundo dos olhos dele a essência do garoto pelo qual entregou a alma e o coração.
E outra vez ela começou a se perguntar por que veio e o porquê de tudo aquilo.
Então ela lembrou-se... Lembrou do balançar dos cabelos dele nas noites de outono, lembrou de como os olhos dele refletiam as estrelas, lembrou do cheiro de mel e eucalipto que remetia às flores do campo, lembrou do sabor de seus lábios e do toque de suas mãos... e lembrou de como o coração dele batia no mesmo ritmo e intensidade que o dela, completando-se a cada arritmia.
De repente tudo valia a pena de novo. E por isso que ela tentaria novamente, por ele... só por ele. Ela pensou que diria a ele por mais uma vez que era apenas uma conversa, e dessa vez ele a escutaria, e dessa vez ela falaria.
Dirigiu de volta pela estrada dos erros e acertos, dos medos e anseios, das dúvidas e liberdades. E chegou... E era tarde demais...
Ela então passou a se perguntar aonde havia errado, e porque permitiram que o perdesse... E se... e se ela tivesse ficado a noite inteira... talvez soubesse como salvar uma vida.
-Só restavam as rosas, só restavam as pétalas vermelhas-






(Inspirado em "How to save a Life"-The Fray)

G.

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"Escrevo em linhas tudo aquilo que, nas entrelinhas, a alma quer dizer; tudo aquilo pelo qual palpita o coração"
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