31 de maio de 2011

Cinza



Inevitavelmente ficamos tristes quando o céu está de um cinza aterrador e notamos que aquele dia é um dos dias em que algo nos faz lembrar do que gostaríamos de esquecer.
Agora doi, mas sei que passa, a dor sempre passa não importa o quanto demore, seja ela enterrada pelo tempo ou curada pelo esquecimento.
Então que, por enquanto, tomemos um anestésico. Que tomemos uma "dose de cores" para que o céu se torne menos cinza...

25 de maio de 2011

Pedras

E a grande dúvida que tenho é: Porque as pessoas continuam com a teoria de que pedras são tão mais eficientes que palavras?
Persisto na tese de que palavras são bem mais fáceis e menos pesadas de carregar do que pedras. Sim, elas também machucam, mas ao fim, não são frias e sem vida. Ao contrário: dão vida, dão chances, dão esperanças.
Porém, não me peças uma "segunda chance" se desperdiçaste o suplício legítimo que fiz a ti para que apenas falasses. Pedi demais? Não... Acho que não.
Agora eu só acho. Certezas? Não as tenho. Em parte é culpa tua, em parte minha, por ter dado a outra face tantas vezes – pode parecer errado, e até egoísmo, mas darias a outra face se tivesses a percepção de que, aparentemente, não levaria a nada? – Talvez não devesse mesmo ter te dado a outra face.
Mas quem pode saber como seria o caminho da esquerda se outrora fora tomado o da direita? Voltemos atrás? E ainda será de valor voltar atrás?
Por enquanto, prefiro estar onde estou, e deixar que tu estejas onde estás. Assim tudo fica menos volátil, mais acessível. E se isso for covardia ou orgulho, do que importa agora?
Deverias ter falado, deverias sim ter tido a coragem de falar e não a ignorância de projetar em outro alguém um feito teu. Pense nisso da próxima vez, das próximas vezes. Com quem quer que seja.
E, como de praxe, eu só pedi palavras, não que te armasses para um combate.

24 de maio de 2011

Ouça a chuva



Ouça, ouça.
Ouça cada gota de chuva que lhe visita na janela. Ouça cada gota de chuva que lhe chama para fora. Ouça cada infame gota de chuva que lhe beija o rosto. Ouça o sussurro secreto de cada uma, enquanto elas procuram desesperadamente por quem as escute antes que, invariavelmente, morram ao chão- secas, mudas e irresolutas.
Mas por favor... Por favor não vire-se desta vez. Não ensurdeça diante dos gritos penitentes que clamam por atenção. Não vá embora fingindo que é fácil dizer adeus. Diga-me que podemos ficar mais um pouco... Diga-me que podemos ouvir as histórias da chuva novamente.
Não abaixe a cabeça, não se deixe cair de joelhos, não fraqueje. Erga os olhos e recorde que todos já estivemos sozinhos na tempestade, mas que nos basta apenas firmar os pés no chão para não escorregar . E de repente, magicamente, doces palavras ganharão a forma e pingarão dos céus em sua mente dizendo-te que abras os olhos para o acalanto ao teu redor, mas que sejais rápido, pois não restará mais muito tempo.
Só não te esqueças... Não esqueças que mesmo que todos te façam achar que estarás sozinho, eu estarei lá, eu serei a voz da chuva que canta aos teus ouvidos, que te conta as mais belas histórias e te dá os mais sábios conselhos. Sou a água que lavará tua alma e te fará terno. Sou as gotas que te acariciarão os cabelos e te farão lembrar que podes realizar todos os teus desejos, apenas precisas ouvir a chuva.
Então ouça....então me ouça.
Ouça a chuva.

(Inspirado em “Listen to the rain – Evanescence “ )